quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Consentimento Informado: Entre o Médico e o Doente

O Jornal O Público noticiou recentemente que o Consentimento Informado deverá ser obrigatório, contribuindo para isso uma norma a ser emanada pela Direcção Geral de Saúde.

A relação entre o Médico e o Doente, tem encontrado nas últimas décadas, novos conceitos, nomeadamente o da Autonomia, que levou a que progressivamente os próprios doentes passassem a ter decisão sobre os actos terapêuticos efectuados no seu “corpo”; para isso também contribuiu o desenvolvimento da disciplina da Bioética, proposto pela primeira vez no século passado, mais propriamente em 1970, provinda das preocupações levantadas pela violência das ditaduras sobre o corpo “físico e psíquico” do ser humano, tornando-se então numa ciência de saber multidisciplinar.

Hipócrates defendeu que o médico deveria tratar o doente como se de um filho seu se tratasse; nesse âmbito defendeu o Paternalismo, sem originar qualquer dano, tendo o mesmo a obrigação de promover o bem, a Beneficência e remover o mal; mas nessa sequência recomendava também que o médico deveria, para não prejudicar o doente, omitir o que considerasse de risco, suprimindo o que se relacionasse com os prognósticos menos favoráveis.

Essa autonomia levou ao aparecimento de um novo paradigma em que o médico deixa de ter o papel de sacerdote, pai ou protector do doente, passando a ser um profissional tecnicamente habilitado, obrigado a informar o doente sobre a sua situação clínica, nomeadamente no que diz respeito sobre a clínica, o diagnóstico, intervenções cirúrgicas, tratamentos médicos ou técnicas para esclarecimento desses mesmos diagnósticos.

Assim se consolidou e fortaleceu um documento com o nome de Consentimento Informado, com origem nas revelações feitas em Nuremberga, das experiências realizadas por médicos durante o nazismo, muitas delas encapotadas de “científicas”, sem que as pessoas envolvidas tivessem podido, por razões conhecidas, manifestar a sua concordância. 

Há quem considere o Consentimento Informado um documento que protege o médico sob o aspecto jurídico, o que não deixa de ser real; independentemente dessas razões é imperativo que mais que um simples “papel” a ser assinado, haja consciência da importância de se saber comunicar com o doente, através do diálogo coerente e eticamente correcto, levando a uma decisão partilhada, que defenda e consolide a faceta do “saber fazer bem ao doente”. 
Fazer bem é saber comunicar, não utilizando termos técnicos inadequados, informar os doentes sobre o seu estado, esclarecê-los sobre as terapêuticas, os riscos e as possibilidades de cura de forma a respeitar a sua autonomia, numa linguagem perceptível, compreensível e de acessível compreensão. 
No entanto há que não esquecer, equacionando toda a Autonomia 
O “fazer bem a um doente” é também não lhe dizer toda a verdade…Respeitar o doente é tal como Hipócrates fazia, actuar com Paternalismo, como um pai deseja o bem para o seu filho e com Beneficência promovendo o bem e removendo o mal, não se valorizando a Autonomia, quando se verifique que o doente não está preparado psicologicamente ou culturalmente para receber uma má notícia, ou haja a suspeita que o mesmo não queira saber toda a verdade a que tem direito. 
A Autonomia é sem dúvida libertária mas a Beneficência e o Paternalismo continuarão a ter uma importância “Divina”, “Moral” e “Ética”, como fundamento do saber para melhor libertar o doente como pessoa do seu sofrimento.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Desumanização

"A Desumanização" de Valter Hugo Mãe, é um livro que trata a morte na sua forma desumana, triste e pesarosa; a leitura é pesada, mantendo o leitor num tom de  melancolia, tristeza e angustia até às ultimas letras.

Escreve com o seu "tom" poético normal, algo que normalmente nos faz manter o interesse por um determinada leitura; no entanto este livro não nos dá aquilo que muitas vezes procuramos, que é obrigar-nos a pensar, raciocinar, reflectir e meditar. 

Gosto de livros que me ensinem algo e me façam pensar, que dêem conhecimento, esperança e relatem a humanidade como um sinal de sobrevalorização, que a sociedade pode por desconhecimento ou por incultura não atingir.  

Sei que é um autor de amores e ódios, considerado um dos melhores da sua geração, com um livro de sucesso "A máquina de fazer espanhóis" livro que mantenho na estante para ser lido na altura possível, mas que sei não ser tão  triste e desumano, nem angustiante.

Este livro conta-nos a história de uma jovem que perde a irmã gémea, carregando a partir daí duas almas e o sentido de que a morte é um estado que em qualquer altura pode estar presente. Tem uma personalidade triste e angustiante, vivendo numa tormenta constante, à qual não é alheia a vivência dos pais, uma terra inóspita e um namoro ocasional que se tornou definitivo. É a menos morta das duas almas. São descritas cenas de crueldade, impiedade, brutalidade, violência física e psíquica, que leva a jovem um estado de solidão e perturbação permanente. 

É a vivência de uma aldeia, como tantas, perdida no confins da Islândia, em terreno frio, pobre e em que a morte e a perda fazem parte do enredo.

Mas é uma escrita poética e bonita, por vezes de difícil interpretação, em que as palavras são belas, sublimes e perfeitas. Por exemplo:

"A morte é um exagero. Leva demasiado. Deixa muito pouco".

"Quem não sabe perdoar só sabe coisa pequenas".


A Escola, a Educação e a Disciplina de Empreendedorismo

A Escola é o espaço apropriado para um aluno receber a educação, que possibilite o seu progressivo desenvolvimento, sejam descobertas as suas capacidades ou potencialidades e sejam verificadas as suas competências, conhecidas, ocultas ou anteriormente ignoradas. Para que esses objectivos sejam uma realidade também os professores têm de ter os seus saberes para conseguirem ensinar, enfrentar e solucionar os problemas da forma mais criativa possível.

O Ministro da Economia, António Pires de Lima, defendeu recentemente, na Assembleia da Republica que o Empreendedorismo deverá ser uma disciplina de ensino obrigatório; por outro lado, também como é do conhecimento público, em Setembro do corrente ano o Ministro da Educação, Nuno Crato, considerou dever deixar o Inglês de ser obrigatório no 1º ciclo do ensino.  

É um risco querer ser-se tão Empreendedor, com uma ideia tão Empreendedora como a de se “inventar” uma disciplina de Empreendedorismo

Sem dúvida que as Escolas devem ser cada vez mais um verdadeiro ecossistema potenciadoras de Empreendedorismo, com ideias próprias que possam levar os alunos a serem verdadeiramente mais arrojados, decididos e laboriosos, no presente e também para o futuro; para isso pretende-se que as mesmas atinjam a sua função básica mais importante, de oferecerem um ensino de qualidade, geradora de ideias, com projectos inovadores e empreendedores, despertando e estimulando nos jovens um dinamismo e uma energia para um caminho continuado e ininterrupto que lhes dê o sucesso pretendido nas suas vidas futuras.

No entanto, como evidencia o recente Ranking sobre as Escolas Portuguesas, alguma coisa não vai bem no ensino em Portugal; não me cabe debruçar sobre o porquê, mas tenho a suposição de que as escolas estão mais esvaziadas de saber, provável reflexo da grave crise que o país atravessa, dos enormes e “Colossais” sacrifícios generalizados exigidos directa ou indirectamente aos educadores e educandos, a confusão e a especulação sobre as medidas sobre a demarcação do ensino público e privado, qualquer deles, de modo algum contribuem para uma melhoria do ensino que todos nós desejamos.

Aos políticos deveria caber o papel de contribuírem para a educação futura com medidas dirigidas para o cidadão comum, socialmente correctas, dando a esperança concreta de se poder melhorar e ultrapassar os difíceis momentos que vivemos; na realidade actual não é o que se vê: Por mais audacioso, destemido ou ousado que se possa ser, é a compreensão dos múltiplos problemas que deverão ser ultrapassados pela sua urgência em função dos problemas do país, que faz diferenciar o politico imaginativo e fantasioso, do político clarividente e perspicaz…Que ainda vamos acreditando poder existir em quem nos possa governar com sabedoria, conhecimento, humanidade, compreensão e saber!




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Benfica e o mau perder do Sporting

Assisti há alguns dias, desinteressadamente ao jogo televisionado entre o Benfica "da Luz Iluminada" e o Sporting "de Alvalade da Relva Esburacada", derby lisboeta dos mais electrizantes da segunda circular que assisti nos últimos anos.

Foi um jogo entusiasmante, em que foram raros os períodos em que uma equipa terá dominado a outra; houve reviravoltas inesperadas, frangos e galinhas à mistura, golos que só aparecem no circo, cartões amarelos mostrados, cartão vermelho exibido, mas com a vitória sempre esperada do mais justo, por mais injusto que pudesse ser, ou tivesse sido - sempre o glorioso à frente.

Começaram, as verdades, as mentiras, os equívocos, as más línguas...

Os dirigentes, o público, os jornalistas, os conhecedores do mundo do futebol e nós!

Vivemos de ilusões e uma das ilusões da nossa vida é que o nosso clube de eleição seja sempre o vencedor; claro que para isso temos de aceitar como certo a existência da vitória moral, o que muito contribui o curso de treinador de bancada, que todos temos de um pouco, uns mais outros menos, onde apenas varia a nota obtida, ou o conhecimento adquirido.

Bruno de Carvalho ainda tão novo nestas andanças, mas já com experiência em despropósito, a vir dizer, melhor seria se calado tivesse ficado, recordando que sempre disse que "quando houvesse um jogo inclinado só para um lado" havia de falar...e falou. Estive para ir ao Estádio da Luz mas ainda bem que não fui: Ir a um estádio inclinado com se fosse a Torre de Pisa? Arriscado a cair, esparramando-me no solo como se de um sonho se tratasse? Mas quem terão sido os arquitectos que construíram  o estádio da Luz e que passado tão poucos anos já se arrisca a cair? Pensava eu que torto era o estádio de Alvalade; não, é só imaginação! 

Claro que existe sempre o populismo primário na reacção à arbitragem tal como mais uma vez aconteceu, crítica que nada tem a ver com quem no campo conseguiu com boa preparação física, melhor visão de jogo e inteligência de raciocínio uma vitória que acabou por ser indiscutível.  Houve sem dúvida três penaltis que não foram assinalados; passando para a base matemática, o resultado final seria de empate a cinco golos; claro que nos penaltis quem duvida da vitoria do glorioso com um resultado histórico como se de um jogo de andebol se tratasse?   

Até que enfim e ainda bem que, embora ainda com alguma dificuldade se começa a ouvir o rugido do leão; mas para que a sua voz se ouça e a sua força se sinta, há que ter, umas asas tal como tem uma águia com a sua omnipotência e a sua glória!







terça-feira, 12 de novembro de 2013

O sonho comanda a vida ou a vida limita o sonho?

Afirma António Gedeão na sua primorosa obra, Pedra Filosofal, que "o Sonho sendo aquela constante da vida tão concreta e definida, há quem não saiba que esse Sonho comanda a vida..."

Mas a Realidade tem limites, o Sonho não;

Sonhar é um bem que nos foi facultado; complicado é diferenciar o Sonho da Realidade. Shakespeare escreveu que somos feitos da mesma matéria de que são feitos os Sonhos, considerando o sonho como "uma bússola" que nos orienta através de um longo caminho que temos de percorrer ao longo da nossa vida, ou não fossemos descendentes de aventureiros e descobridores além-mar, como nos move nesse sentido a poesia de Luís de Camões.

Na vida real, porém, tudo acaba por ser menos poético...

Os próprios contornos entre o Sonho, o Acaso ou a Realidade poderão ser tão semelhantes ou distintos como “a tal pedra cinzenta…”, que é citada no mesmo poema: O Sonho não será na realidade a “estrada” que conduz ao conhecimento do nosso subconsciente? O Sonho não comanda a vida? Não nos faz acreditar num mundo melhor? Não nos dá ânimo possível para enfrentarmos diariamente os problemas que o mundo nos vai "inventando"?

Ter um Sonho pode na Realidade modificar a nossa vida!

O dilema são os nossos breves despertares, apresentando imagens algo desconexas, por vezes dúbias, com intenção ambígua, caminho para a imaginação descoordenada e desordenada; o Sonho pode então ser uma fuga da realidade, dando uma ilusória sensação de liberdade, a possibilidade aparente de idealização das coisas, objectos, visões ou sentimentos, uma forma de visionar e adquirir forças, para poder, no nosso imaginário, ser transformado em Realidade.

Stefan Klein, biofísico alemão considerado por António Damásio, como “o mais importante escritor sobre Neurociência na Alemanha” tentou provar através de inúmeras experiências que o Acaso não só faz parte da nossa vida, como determina a maioria das decisões, acontecimentos, identidade e consequentemente a maneira de estar no mundo (por mais cruel que este seja). Se assim é, deveremos então tirar o maior partido desse mesmo Acaso, estando o mais atento possível, passando a contar com ele como se o mesmo fosse algo de planeado.

O Sonho, o Acaso ou a Realidade?

Sonhar e por aí ficar, não saber aproveitar o Acaso para se perceber que se poderão atingir determinados objectivos na vida do dia-a-dia, é não ter a percepção correcta da Realidade, podendo levar a entendimentos paranóicos, que embora com atenção aos estímulos, estabelecerão vínculos erróneos na relação com o exterior. Por isso Jung acreditava que a simbologia dos Sonhos, podendo expressar um desejo interno de compreensão, apareciam para ser entendidos,  podendo ser adaptados à realidade.

MAS quem comanda a vida não são os Sonhos, somos Nós Próprios.

Entendê-los é importante, mas saber distingui-los dos objectivos da vida é um bem ainda mais útil,  porque nos obriga a saber conduzir com eficácia e sabedoria no caminho correcto, permitindo que olhemos para o nosso corpo físico e psíquico  como também o que nos envolve.

Por isso mesmo: o Sonho, o Acaso e a Realidade estando interligados, não são um meio mas sim um fim, que todos nós poderemos atingir se soubermos enfrentar positivamente a problemática da vida.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A Morte Anunciada


 A Doença Oncológica, o seu percurso entre a vida, a morte e a actualidade:


O homem é um animal sociável, inserido numa sociedade em progresso, ciente de que a vida é finita e limitada, com uma meta final que vai atingir, que é a morte, mas que ignora onde, quando e como; sabe ser um ponto sem retorno para esta vida, embora haja quem a considere como uma fronteira invisível que dá acesso a uma outra vida.

O aumento de esperança de vida, a evolução tecnológica progressiva e o aparecimento de novos fármacos na área da quimioterapia, levou não só ao diagnóstico mais precoce da doença oncológica, possibilitando uma vida mais prolongada, mas também eventualmente um final de vida mais desumana, impiedosa e sem compaixão.

A informação e comunicação entre o doente, a família e os profissionais de saúde continua a não ser prestada de forma correcta, nessa preparação para "uma boa morte", razão pela qual numa altura avançada da doença, já incapacitante, com o doente debilitado ou confuso ou demente, a família mais próxima não tem muitas vezes o conhecimento suficiente de qual a melhor conduta, atitude ou procedimento no sentido de poder minorar o sofrimento e atenuar a dor, seja esta física ou psicológica. 

É a fuga...

Sim, sem alternativa estes doentes acabam por ser levados vezes sem conta aos serviços de urgência, onde se trata a doença aguda, num rodopio de caos, desordem e confusão, sem compaixão nem benevolência, repetindo sem necessidade exames laboratoriais e complementares, tal como sofrendo intervenção de técnicas "agressivas" e repetidas e tratamentos diversos, que nesta fase da vida acabam por ser inadequados e lesivos.

Galeno afirmava ser divino suprimir a dor! 

Essa dor, seja física ou psíquica ou moral, deve ser minimizada e minorada desde o inicio do diagnóstico da doença, devendo todo o profissional de saúde estar preparado para aliviar o sofrimento, ouvir e conversar com o doente e a família, numa atitude de empatia e compaixão, regra de ouro para a preparação futura para uma boa morte do doente e para um bom luto dos familiares mais próximos (luto hoje cuja importância continua a ser totalmente ignorado na sociedade actual...do século XXI, dito tão desenvolvido).

A fase final da vida deve, por tudo isso, ser suavizada através dos Cuidados Paliativos, que com equipas multidisciplinares,  permitem amparar, acarinhar e sustentar essas dificuldades, permitindo também temporalmente a meditação sobre o essencial e o acessório, o efémero e o eterno,  possibilitando então o encontro do doente com a sua própria fé e espiritualidade.

Todos temos em alguma fase da nossa vida um familiar próximo com situação oncológica, que nos leva a meditar mais profundamente sobre a vida, as doenças, os tumores, mas também sobre a inoperacionalidade da saúde no nosso país relativamente ao acompanhamento e orientação nas instituições de saúde, como também à necessidade de formação específica dos profissionais, para que possam acompanhar em equipa o doente e os familiares na sua dor, sofrimento e compaixão.

Se todos temos direito à boa vida, também há direito à boa morte em total dignidade, compostura e também com a esperança "para a continuação da vida ou da outra vida, após esta".

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Entre o Cérebro e o Coração: O Pensamento ou o Sentimento

Entre o Cérebro e o Coração: Sempre o nosso cérebro!

Saber caminhar pelo mundo do nosso pensamento, no seu labirinto tão apertado, é ser-se entendido pelas "fábricas" celulares que o nosso cérebro comporta, com as suas "confecções" metabólicas ou tóxicas...mas também solenes ou cerimoniosas, que através das suas ramificações incalculáveis e intermináveis inundam todo o nosso organismo, ajudando a confrontar, transpor ou complicar os problemas existentes ou a ultrapassar os dilemas que nos rodeiam a todo o momento e em qualquer circunstancia.

Entre o Cérebro e o Coração: Também o nosso coração!

Cavidades que não param e não se cansam, conseguem chamar-nos a atenção dos excessos ou defeitos, seja através da sua velocidade, das suas curvas oscilantes, energia, força ou brandura, intensidade ou suavidade, mas que nos fazem lembrar apenas que é uma peça, uma estrutura que com o tempo se vai desgastando, que não é pensante nem racional...apenas uma peça com os seus fragmentos e pedaços, um liquido complexo chamado sangue com os seus elementos figurados (metafóricos?), peça que não tem a ver com o nosso ego ou auto-estima...mas que elucida e justifica a nossa emoção perante factos a partir da "catástrofe química" e explosiva das hormonas, o que permite haver amor próprio e energia adequada, pois ser-se emotivo é fundamental para que se deva evitar o excesso da razão.

Pensamento ou Sentimento: Entre a Razão e a Emoção!

Pensar desgasta, consome, absorve, destrói e desvanece o nosso espírito, dificulta a transformação que todos nós sentimos e desejamos ser necessária numa determinada altura da nossa vida para que a travessia do oceano não seja tão vasta nem imensa, mas serena e pacífica...isso mesmo...é o Sentimento, esse sentimento que está inserido e encaixado no coração que cada vez mais necessitamos, porque é ele que nos dá a força e a luz para sabermos viver melhor e enfrentarmos sem mágoa, nem amargura, sem pesar nem melancolia, mas sim dando-nos a luz interna que ilumina e nos permite a lucidez e a claridade necessária para enfrentarmos diariamente as facetas que nos intimidam porque o pensamento pode errar e o sentimento diluir.

Se pudermos alterar a ordem natural das coisas...

Como será então o relacionamento entre as pessoas, na sociedade em geral, nos países em uníssono e no mundo em global, se o universo começar a "pensar com o coração" e a "sentir com o cérebro"? 

Pelo menos, mas de certeza tudo será mais fraterno, solidário e afectuoso...Assim façamos!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Mundo Debaixo Dos Meus Pés


Na melancolia caricatural que nos vai influenciando negativamente, porque temos a tristeza de visualizar o que vai no "mundo politico", valha-nos a ousadia de podermos continuar a pisar a terra deste belo e lindo país que com a sua linda paisagem vai-nos dando ou ajudando a ter a força necessária para animar o nosso ego e motivar o que vai restando da integridade da nossa personalidade...e ainda bem porque se de factores motivantes necessitamos,passa a ser uma obrigação tentar inventar algo que nos ajude a perceber que a primeira vida - a que vai até à morte, deve ser vivida com felicidade, tranquilidade amor e em paz e com a quietude possível.


E foi isso que um dia tentei!

Disso me tento recordar: Numa das minhas saídas sem destino, "lunática", mas matinal, tentei descobrir algo que da nossa natureza pudesse surgir, influenciando um estado de espírito que necessita de energia, vigor, força e potência, como muitos outros também necessitam, desgastado da politiquice "corriqueira" que nos vai consumindo, porque deixou de ser solidária com a sociedade que os elege, substituindo essa mesma solidariedade por "um emprego" rentável aos olhos de quem vai ficando estupefacto pelo nível de decisões que surgem diariamente neste país "ainda" à beira-mar plantado.

Foi quando através da solidão que abre a nossa alma, pensava nas manchas luminosas coloridas do horizonte, nos detalhes imperfeitos dos troncos dos pinheiros, na música de alguma queda de água a certa distância, quando deixei a alucinação visual para trás e voltei à realidade, mas para uma realidade feliz, sem estranheza, a pensar que a fragilidade das nossas mentes dão forma ao inerte e tentam permitir uma melhor compreensão dos mistérios que invadem a nossa consciência.

Estimulado por um recente livro que terminei dias antes denominado "Apagar a Morte" recordei palavras felizes por descobertas cientificas recentes que abalou a minha compreensão de morte e a percepção de que a vida passa para além da morte.

Tenhamos a esperança mantida; como afirma noutro livro Walter Osswald: A Morte é Certa, a Hora Incerta.