sexta-feira, 30 de dezembro de 2011



Que o Ano de 2012 nos conduza para

A felicidade desejável
Os êxitos merecidos
A paz interior
A concórdia possível
A harmonia
Muita amizade
Leituras sãs
Desejos cumpridos
Motivação profissional
Amor consumado
Compreensão do Mundo





sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aristóteles e a Classe Média em Portugal


Foi com Aristóteles, há cerca de 2300 anos, que pela primeira foi utilizado o termo de classe média no sentido social: Considerou que a estabilidade de um Estado depende dessa mesma classe média, forte, que se interpõe entre as outras duas, os ricos e os que são pobres.

Concluiu Aristóteles ser desejável que a classe média seja “mais numerosa do que cada uma das outras, porque nesse caso ela pode fazer inclinar a balança em favor do grupo a que se juntar e pode impedir que uma das outras duas obtenha uma superioridade decisiva.”

Hoje passados tantos milhares de anos os economistas afirmam o mesmo principio, desde Keynes até recentemente Strauss-Kahn, sublinhando que os estados onde a classe média é significativa são os que têm hipóteses de ter uma melhor gestão dos recursos ao dispor desses países para enfrentar da melhor maneira a crise global do trabalho, nomeadamente através do investimento, produção e consumo.

A classe média em Portugal é mais pobre do que a média europeia. É cumpridora, ordeira, moralista e informada; cumpre a lei, paga os impostos e conforma-se com os erros políticos e governativos, como que sendo uma maioria silenciosa Só é relembrada em altura de eleições quando são procurados para colaborarem em campanhas eleitoralistas, para que se possa dar uma falsa imagem de bem-estar e de equilíbrio do país, como “manobra de diversão” que permita ter o maior número de votos possível.

No entanto é essa classe média que fora desses períodos passa a ser esquecida dos governantes, que impõem regras que ao longo dos anos a vão “lapidando”. Não bastava isso, o actual governo conseguiu fragmentar e segmentar a já fragilizada classe, aplicando medidas orçamentais que para além de punitivas, conseguiu dissociar e desunir os trabalhadores da administração pública dos trabalhadores que laboram nas empresas privadas, numa perspectiva direi insólita de “dividir para reinar”.

Vejo com preocupação e apreensão o excesso dessas medidas governamentais, camufladas com a capa ou cobertura da Troika que têm levado à sucessiva desmotivação do trabalhador português, o que levará a um ainda maior atraso do nosso país relativamente à Europa, com o risco de tomarmos o lugar junto dos países terceiro mundistas.

Equaciono até onde resistirá a classe média ou será que a mesma terá tendência a desaparecer passando a ser apenas mais uma referência simbólica no imaginário colectivo?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Acreditemos


Poderei trabalhar na construção civil, laborando actualmente na edificação de um prédio com cujo projecto não concordo, mas apesar disso devo ter a dignidade e a nobreza de agir, executar e diligenciar dentro das minhas obrigações profissionais para que esse mesmo prédio seja bem construído, sólido, robusto, resistente e que não venha a enfermar de problemas futuros.

Poderei ser funcionário de uma fábrica de mecatrónica, integrando uma equipa que executa um programa de investimento com o qual discordo e disso dei conhecimento, mas é minha obrigação moral e ética, dar o melhor de mim mesmo para que o mesmo possa progredir, prosperar e crescer, para no seu final a equipa poder afirmar que singrou, tendo prosseguido esse caminho, em que a colaboração afincada permite que a empresa atinja os objectivos e propósitos a que se sujeitou na sua missão, ajudando assim a haver um planeta diferente, sem a austeridade que não desejamos.

Mesmo que não concordemos com determinados caminhos, é nossa obrigação, primeiro tentar ser ouvidos e escutados na perspectiva de um trilho dever não ser tão sinuoso. Falhada essa possibilidade, devemos ter a capacidade, a faculdade e a inteligência de superar, corresponder e ultrapassar se possível a eficácia e eficiência que de nós é esperada, quer tenhamos ou não sido ouvidos.

Deverá fazer parte do nosso ego evidenciar que sendo um ser com consciência, assertivos à meditação, à reflexão e à ponderação, abrindo a alma à critica embora não sendo ouvidos, nem escutados, de certeza que alguém nos observa seja cá ou lá, pelo que a nossa firmeza deverá ser ainda mais sã, robusta, forte, sendo esse  o ideal beneficio para a empresa, instituição, país ou comunidade e sem dúvida, para nós.

É a tranquilidade da nossa consciência, “auto-self” que não nos pode levar a sermos cúmplices do maldizer, da desacreditação, do amaldiçoamento, da calúnia ou da difamação: Teremos o nosso ego tranquilo;
Acreditemos!    

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ser Funcionário Público é Crime?

Ser-se médico, enfermeiro, professor, administrativo, técnico ou outra área profissional numa instituição pública ou empresarial do Estado é, ao contrário do pensamento em voga, similar ao sacrifício de muitos outros portugueses que trabalham em funções privadas.

No entanto, hoje em dia, em resposta à pergunta de qual o exercício profissional, deixou de ser estimulante afirmar ser-se funcionário público. Em causa encontra-se nomeadamente o estereótipo do ser inútil, que apenas cumpre horário, divagando pelo tempo e inventando a melhor maneira de o passar, conseguindo as promoções, fáceis, por antiguidade, sem concursos desprovidos de significado qualitativo.

É sem dúvida uma herança do estado novo como representação ideológica e simbólica do antigamente. No entanto são estes “servidores do estado” que desde 1974, contas feitas entre aumentos salariais e inflação viram os seus ordenados aumentarem … menos de 0%, confirmo por extenso menos de zero por cento!!!

Nem tudo está bem nem poderia estar; passaram no entanto cerca de 37 anos que se deu a revolução dos cravos, que temos assistido a um país que de demasiado politizado, se tem esquecido que a falta de aumento da produtividade, de aumento da despesa, da diminuição da receita e das exportações entre outras variáveis económicas, não são culpabilização única do que se denomina público, porque se verifica um forte componente privado, o que na minha óptica não permite aos mesmos a depreciação, nem o estereótipo da imagem clássica do funcionário redundante.

Há que reabilitar a imagem e aproximá-la da realidade; em geral concorda-se com o ditado que dita “em todas as profissões há de tudo”; também nas empresas públicas existem muitos profissionais que dão tudo o que podem ao país muitas vezes fora do seu horário normal de trabalho, têm orgulho no seu desempenho, são responsáveis por acções e atitudes de solidariedade social e ajudam e colaboram com a sociedade em geral.

O desmerecimento de perda de qualidade de vida com os injustos cortes salariais no ano de 2011 agravados com o orçamento para 2012, o facto de serem considerados peões de uma máquina indiferente, malévola e desavinda permite-me afirmar que é altura de se fazer a reabilitação dessa falsa imagem e perceber qual a melhor maneira de dizer…Basta!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dona Branca, a troika e a tanga

Dona Branca foi a famosa “Banqueira do Povo” que causou um enorme escândalo financeiro nos anos 1980.

O empréstimo que concedia era rigorosamente estudado e concedido a juros elevados atingindo valores até metade do depósito, facilitado pelo facto de normalmente os clientes não procederem ao levantamento do dinheiro facultando assim a sustentação e o aumento desse valor.

Recentemente apareceu uma “nova Dona Branca” rotulada de troika, também denominado de “ajuda externa”, com empréstimo de dinheiro vivo, em tranches, mas com juros elevadíssimos e comissões exorbitantes que nos levarão num futuro próximo a adquirir tangas especiais, pouco elásticas ou rígidas, que por isso dificultarão em muito a nossa liberdade de movimento, pela dificuldade de serem ajustadas, o que logo deixará de garantir qualquer segurança e conforto.

Portugal vai pagar quase 35 mil milhões em juros e comissões à troika, Europa e Fundo Monetário Internacional, o que corresponde actualmente ao módico valor de 66% da riqueza criada em Portugal no ano de 2011.

A Europa actual (por onde andará Durão Barroso?) não apresenta avanços concretos por falta de ideias; as promessas são vagas, incoerentes, ilógicas e desconexas e as instituições comunitárias e nomeadamente o eixo Berlim-Paris não conseguem, nem nunca conseguirão (a especulação de mercados não deixará!) deter a cavalgada que cada vez mais acerrima e problematiza as dividas dos países europeus mais pobres e por isso mais frágeis.

Sem crescimento, com a recessão a generalizar-se pela Europa, nomeadamente nos nossos parceiros comerciais, Portugal arrisca-se a crescer ainda menos, prolongando a recessão e a estagnação, imobilizando ainda mais a nossa já parada economia, e claro, para “honrar”  o pagamento a tempo e horas das suas dívidas, serão pedidos novos e novos (e velhos) sacrifícios, nada mais que “roubos” efectuados sempre e sempre aos mesmos.

Portugal, sem soberania, no futuro vai tornar-se num poço que não terá fundo, por onde se perderá toda a nossa altivez, nobreza, decência e dignidade, num jogo onde os culpados cada vez mais estão impunes…Por onde anda Camões com os seus Lusíadas?