quinta-feira, 31 de março de 2011

Peniche ontem, hoje e amanhã

Ontem
O forte de Peniche começou a ser edificado no império de D. João II, mas só no reinado de D. Sebastião a sua configuração tomou a forma definitiva tal como o vimos hoje. Até ao século XIX cumpriu a sua função militar, mas posteriormente durante as invasões francesas e inglesas começou a servir de presídio. Em 1928 o forte foi usado como sanatório para tuberculosos, mas em 1934 foi reconvertido num presídio de presos políticos do regime salazarista, função que manteve até 25 de Abril de 1974. É um dos símbolos mais emblemáticos da resistência antifascista, onde se praticavam torturas e atrocidades não consentâneas com os direitos da pessoa enquanto ser humano.

Apesar de se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do antigo regime, tal como o Tarrafal, dela se conseguiram evadir grandes personalidades que lutaram pela liberdade de todos nós, nomeadamente Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Francisco Soares entre outros; impressiona-me pensar como foi isto possível conhecendo a localização, a estrutura e as condições em que os presos se encontravam; só a força pela liberdade, pela injustiça e arbitrariedade podem explicar a luta pela sobrevivência razão que levaram estes homens a esse tremendo risco.

Hoje
No espaço da fortaleza, em fase incipiente (norma em Portugal, em que quase tudo não passa do incipiente), existe um esboço de reconstituição das memórias dessa resistência e algumas actividades culturais de divulgação pública espaçadas no tempo, de uma das mais terríveis épocas da história do Portugal contemporâneo.

Amanhã
Não há futuro sem memória, por isso torna-se imprescindível que as gerações vindouras tenham um legado que lhes dê a percepção correcta que ajude esse futuro a ser enfrentado com coragem, dando força, energia, alento, ânimo e fôlego para que a “história não possa ser reescrita”; basta pensar no holocausto ou nas várias guerras da actualidade que assolam o mundo, que levam à violência extrema em prisões dispersas por esses países, onde a violência é feroz, selvagem e desumana (imagens de autentico terrorismo que alguma comunicação social tem mostrado) num desrespeito total pela dimensão humana e contrária à luta pela defesa dos direitos humanos que alguma classe política tanto propala e apregoa mas que a realidade desmente.

Portugal não é excepção 


terça-feira, 29 de março de 2011

A Karma, o Nirvana e a Politica



Siddhartha descreveu o Nirvana como um estado de calma, paz, pureza de pensamentos, libertação, transgressão física, elevação espiritual e o acordar à realidade. O Karma é descrito como o conjunto de acções no "além" em que se pode receber um mal em intensidade equivalente ao mal praticado em vida ou um bem em energia equivalente ao bem provocado enquanto vivo, correspondendo às boas acções. 

Acabei de ler o livro "Maldito Karma" de David Safier em que a protagonista principal Kim Lange teve uma morte fatídica...acordando com seis patas, uma cabeça enorme e duas antenas; devido ao seu passado de mau Karma, passou a ser uma formiga.

Na sua vida como formiga descobriu que precisava de acumular "bom Karma", o que foi conseguindo; depois de ter reincarnado em porquinho da India, em bezerro e em minhoca conseguiu finalmente atingir o Nirvana, percebendo que "a vida lhe fora devolvida".

Após a leitura deste descontraido romance dei por mim a meditar sobre a Karma e a politica em Portugal, onde o engenho, a habilidade, a subtileza e o talento que levam ao esquecimento real dos verdadeiros problemas do país está demasiado intrinseco no poder. Este cada vez mais se encontra afastado das verdadeiras pretensões do povo, que apenas deseja ter uma vida de trabalho, conforto e bem-estar, num ambiente que deva ser pacífico e constructivo numa base vincada de diálogo.

Mas a minha reflexão ponderada perturbou-me  pelo incómodo de pensar que com a actual classe política, fechada sobre si própria, de costas voltadas para o povo, afastados do bom Karma, se não poderão provocar no futuro, o aparecimento de verdadeiros exercitos de formigas, mais poderosos que os de Hittler que pela sua violência, continuam ainda muito vincados na memória escrita.   

segunda-feira, 21 de março de 2011

Deixar de tomar medicamentos é suicidio?

 
Tivemos há alguns anos internado na unidade de cuidados intensivos polivalente um doente que apesar de jovem sofria de problemas cardiacos graves, razão pela qual fazia medicação, entre os quais um fármaco para evitar a coagulação do sangue que poderia originar embolia nalguns orgãos do corpo humano e consequentemente a morte.

Eis senão que um dia deu entrada no Hospital com uma forte dor abdominal, cujo estudo clinico laboratorial e complementar evidenciou e comprovou existir uma embolia arterial no intestino, situação muito grave já que leva à destruição de grande parte do intestino irrigado por essa arteria.

Equacionado sobre os medicamentos que fazia em ambulatorio, referiu ter parado um determinado fármaco, que o médico lhe tinha dito ser fundamental tomar para evitar determinado tipo de problemas, entre os quais, precisamente aquilo que veio a acontecer.

Apesar de ter  receita para levantar na farmácia, decidiu não comprar esse e outros medicamentos segundo afirmou por falta de dinheiro, já que precisava do mesmo para se alimentar.

Tinha também como antecedentes pessoais hábitos alcoolicos e outros hábitos (toxicodependencia?).

Teve de ser operado de emergencia tendo sido retirado toda a extensão do intestino delgado; esteve ligado ao ventilador durante semanas, tendo no entanto sobrevivido.

Poder-se-à considerar uma forma de suicidio sustentado pelos actos, esquecimento da sua própria pessoa, um descuido pese as recomendações médicas, ou então dificuldades económicas que confirmam a impossibilidade de gastar dinheiro na compra dos medicamentos?

Prevejo, sem ser futurista,  que as questões levantadas possam vir a ser prejudicadas pela crise actual, já que os medicamentos são por norma caros, e a prevenção e profilaxia de doenças ou suas complicações acabam por passar para segundo plano, não evitando o aparecimento de doenças futuras que irão custar ao erário público milhares de milhões de euros, mais um adjuvante para agravar a crise de tão dificil controle.

quarta-feira, 16 de março de 2011

"É proibido não proibir" o alcool aos adolescentes

    O CONSUMO de álcool acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios. Em Portugal o álcool faz parte da sua própria tradição e cultura.

Apesar do seu efeito tónico e euforizante, do alívio das angústias e da libertação de tensões, os seus malefícios são muitos como a cirrose hepática, tumores do fígado, acidentes e muitas mortes desnecessárias.

Em Maio de 68 ficou célebre a frase "é proibido proibir" numa altura em que os valores morais da sociedade francesa sofreram bastas transformações, entre outros, a liberdade relativamente ao uso e abuso de álcool.

Actualmente, metade dos nosos jovens entre os 13 e 15 anos já consumiram álcool. O seu uso significa para os adolescentes a demonstração de masculinidade e feminilidade, o "reforço grupal", a reafirmação da sua independência, a facilidade de comunicação ou a inserção de grupo. As bebidas alcoolicas vendem-se indiscriminadamente desde os bares às discotecas sem qualquer controlo, havendo falta de escrúpulos dos vendedores e uma total ausência de fiscalização.

A Associação Nacional de Empresários de Bebidas Espirituosas propôs há alguns anos o aumento de 16 para 18 anos o limite legal para as compras destas bebidas (a partir de estudos da OCDE), mas levantaram-se várias vozes discordantes.

Assim já que o Estado não ajuda, apenas complica e não tenha Sócrates morrido com a ingestão de cicuta, apenas restam os pais começarem a compreender o papel que lhes compete para que amanhã possamos ter jovens sóbrios e responsáveis.

Devem os pais contrariar os adolescentes no que seja necessário, educando-os relativamente aos malefícios do álcool, mostrar autoridade, para que aqueles passem a sentir a responsabilidade dos próprios actos e a melhorar a confiança em si mesmos. Cabe aos pais lutar para que se impeçam as vendas de álcool aos menores e exigir que o Parlamento adormercido deste país modifique as leis e exija o seu próprio cumprimento.

Senhores Deputados e Políticos: Acabemos com o "faz de conta"...é proibido não proibir definitivamente o álcool aos adolescentes. Já que não quereis, OS PAIS resolverão o problema com a educação autoritária.

sábado, 12 de março de 2011

Portugal passou a ser um país de desertores?

Santos Silva acusou que os que não apoiarem as medidas de austeridade anunciadas sexta-feira pelo Governo, estarão a desertar a meio de um esforço nacional, de um objectivo nacional e deixam de merecer a confiança das pessoas.

Esquece no entanto Santos Silva que o povo português, no passado e em épocas mais recentes sempre deu provas de grande coerencia e compreensão pelas dificuldades sentidas pelo país e nos efeitos que provocou aos próprios; confiaram, acreditaram, harmonizaram o seu estado de espírito com a necessidade de se atingirem objectivos delineados politicamente, tendo em mente o seguimento de eventuais linhas mestras orientadoras para um futuro mais são, salutar e saudável, em que os horizontes nomeadamente da geração futura, que muita gente chama "rasca" pudesse ser diferente, para melhor.

Mas a palavra confiança, Sr. Governante, muitas vezes desmorona-se tal como uma estrutura que foi mal cimentada. Anos seguidos de promessas, cuja prática politica apenas as desmente, leva qualquer cidadão a desacreditar daquilo que já acreditou, confiou ou teve fé. O ditado que afirma "a paciência tem limites" está intrinseca ao cidadão português que é humilde, passivo, mas tem e dá prazos para ver um mundo melhor.

Mas que quer acreditar em quem não pode neste momento agora acreditar.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=A5E95C62-FD04-4E11-B2B2-B5A4300E5657&channelid=00000090-0000-0000-0000-000000000090



quarta-feira, 9 de março de 2011

Em altura de crise mundial

O primeiro livro de banda desenhada do Homem Aranha foi leiloado esta quarta-feira por 1,1 milhões de dólares (790 mil euros), numa altura em que o mundo anda em crise, sucedania a um conjunto de disfunções nomeadamente governativas. Nem só o petróleo, ou a invasão da Europa por povos doutras zonas, ou o despesismo, ou as guerras... explicam o caótico que por aí vai. Mas vejamos o link
 http://diario.iol.pt/geral/bd-homem-aranha-homem-aranha-leilao-agencia-financeira/1238216-5238.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+iol%2Fdiario+%28IOL+Di%C3%A1rio+-+%C3%9Altima+Hora%29&utm_content=Twitter

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