terça-feira, 29 de março de 2011

A Karma, o Nirvana e a Politica



Siddhartha descreveu o Nirvana como um estado de calma, paz, pureza de pensamentos, libertação, transgressão física, elevação espiritual e o acordar à realidade. O Karma é descrito como o conjunto de acções no "além" em que se pode receber um mal em intensidade equivalente ao mal praticado em vida ou um bem em energia equivalente ao bem provocado enquanto vivo, correspondendo às boas acções. 

Acabei de ler o livro "Maldito Karma" de David Safier em que a protagonista principal Kim Lange teve uma morte fatídica...acordando com seis patas, uma cabeça enorme e duas antenas; devido ao seu passado de mau Karma, passou a ser uma formiga.

Na sua vida como formiga descobriu que precisava de acumular "bom Karma", o que foi conseguindo; depois de ter reincarnado em porquinho da India, em bezerro e em minhoca conseguiu finalmente atingir o Nirvana, percebendo que "a vida lhe fora devolvida".

Após a leitura deste descontraido romance dei por mim a meditar sobre a Karma e a politica em Portugal, onde o engenho, a habilidade, a subtileza e o talento que levam ao esquecimento real dos verdadeiros problemas do país está demasiado intrinseco no poder. Este cada vez mais se encontra afastado das verdadeiras pretensões do povo, que apenas deseja ter uma vida de trabalho, conforto e bem-estar, num ambiente que deva ser pacífico e constructivo numa base vincada de diálogo.

Mas a minha reflexão ponderada perturbou-me  pelo incómodo de pensar que com a actual classe política, fechada sobre si própria, de costas voltadas para o povo, afastados do bom Karma, se não poderão provocar no futuro, o aparecimento de verdadeiros exercitos de formigas, mais poderosos que os de Hittler que pela sua violência, continuam ainda muito vincados na memória escrita.   

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