“Ontem” |
O forte de Peniche começou a ser edificado no império de D. João II, mas só no reinado de D. Sebastião a sua configuração tomou a forma definitiva tal como o vimos hoje. Até ao século XIX cumpriu a sua função militar, mas posteriormente durante as invasões francesas e inglesas começou a servir de presídio. Em 1928 o forte foi usado como sanatório para tuberculosos, mas em 1934 foi reconvertido num presídio de presos políticos do regime salazarista, função que manteve até 25 de Abril de 1974. É um dos símbolos mais emblemáticos da resistência antifascista, onde se praticavam torturas e atrocidades não consentâneas com os direitos da pessoa enquanto ser humano.
Apesar de se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do antigo regime, tal como o Tarrafal, dela se conseguiram evadir grandes personalidades que lutaram pela liberdade de todos nós, nomeadamente Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Francisco Soares entre outros; impressiona-me pensar como foi isto possível conhecendo a localização, a estrutura e as condições em que os presos se encontravam; só a força pela liberdade, pela injustiça e arbitrariedade podem explicar a luta pela sobrevivência razão que levaram estes homens a esse tremendo risco.
“Hoje” |
No espaço da fortaleza, em fase incipiente (norma em Portugal, em que quase tudo não passa do incipiente), existe um esboço de reconstituição das memórias dessa resistência e algumas actividades culturais de divulgação pública espaçadas no tempo, de uma das mais terríveis épocas da história do Portugal contemporâneo.
“Amanhã” |
Não há futuro sem memória, por isso torna-se imprescindível que as gerações vindouras tenham um legado que lhes dê a percepção correcta que ajude esse futuro a ser enfrentado com coragem, dando força, energia, alento, ânimo e fôlego para que a “história não possa ser reescrita”; basta pensar no holocausto ou nas várias guerras da actualidade que assolam o mundo, que levam à violência extrema em prisões dispersas por esses países, onde a violência é feroz, selvagem e desumana (imagens de autentico terrorismo que alguma comunicação social tem mostrado) num desrespeito total pela dimensão humana e contrária à luta pela defesa dos direitos humanos que alguma classe política tanto propala e apregoa mas que a realidade desmente.
Portugal não é excepção…
Quanto ao blog a grafia começa a modificar-se....e para melhor! Quanto ao Forte tive o previlégio de o visitar logo assim que começou a ser visitável pelo público.... periodicamente tenho-o visitado mas a degradação começa a pedir intervenção...e das grandes.... a memoria do passado de toda uma geração está em risco!
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