Aquele dia,
enevoado e turvo, que pouco nos deixava ver no horizonte que prevíamos profundo.
Pela estrada o cuidado era intenso, os olhos vibravam de dor e cansaço, com
receio de que uma roda fizesse o que nada nos agradaria num sitio rodeado do
nada.
Assim fomos mareando,
tentando que o equilíbrio nos levasse a bom porto, o porto da harmonia, mas que
teimava em chegar.
Finalmente uma
ponta de esplendor se aquilo que víamos seria mesmo claridade provinda do sol. Continuámos,
a nossa cegueira foi-se dissipando e eis que uma paisagem digna do além se nos
deparou.
A natureza
quando observada com olhos sãos de ver, observar, analisar e reparar nos ínfimos
pormenores deixa-nos extasiados, a pensar que o mundo onde ainda vivemos tem
uma beleza impar, que apenas sufoca a nossa ânsia de ver o que não acreditávamos
ser possível contemplar, de ouvir os sons que pensávamos ser parcos.
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