segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"KAROSHI": Trabalhar entre a Vida e a Morte

 
Vivemos numa sociedade contemporânea que cada vez mais exige profissionalmente de nós, ditando e impondo um esforço rigoroso, a uma velocidade vertiginosa, alucinante e clemente, que gera por si uma transformação radical na vida das pessoas.

Passámos a ser os actores principais num mundo de stress, angústias e aperto, onde se vive a um ritmo demasiadamente acelerado, com uma propensão alucinante, provocando um estado de insatisfação constante (e crescente), sem haver tempo para dedicação a “coisas” tão indispensáveis, como saborearmos o bom que a vida nos pode dar, ou "convivermos" com aquilo que nos permita a felicidade espiritual e extrínseca, como sejam a família ou por exemplo a compreensão da própria natureza.

A preocupação com o trabalho é um continuar sem fim, com tarefas permanentemente criadas, inovadas ou inventadas que nos leva a uma entrega e rendição ao "vazio mundano". Temos dificuldade em gerir as 24 horas de cada dia; seria necessário duplicar a hora, para tolerar o ritmo frenético, delirante,  desvairado e alucinante que impreterivelmente pode levar ao esgotamento, exaustão e cansaço físico e psíquico que qualquer de nós pode estar sujeito.

No Japão esse excesso de actividade ligado ao stress ocupacional deu origem a uma nova (velha) palavra "Karoshi" que em si significa "morte por sobrecarga de trabalho", reflectindo-se clinicamente numa das causas de  morte súbita, "ataque cardíaco” ou acidente vascular cerebral.

Segundo a história japonesa o aparecimento desse termo significou alívio para muitas viúvas, filhos e familiares os quais então não sabiam o porquê da razão das mortes, provocando os processos indemnizatórios que então se iniciaram.

Vivemos num mundo moderno, em que o homem passou a ser um computador, provocando entre ele próprio uma competição cada vez mais intensa, enérgica e violenta, ao qual a sociedade se tenta adaptar, mas sem o sucesso previsto. O ser humano passou a ser tratado como um “animal” sem estabilidade nem a solidez pretendida, passando a ser irracional, com falta de harmonia, sem lógica nem discernimento.

2 comentários:

  1. João, li tudo muito bem, já passei por um espetacular AVC, exatamente, quando trabalhava menos. Consegui ultrapassar, a dormir 18/horas dia e passei a 6/horas dias dia e incapaz de estar parado. De modo que as dúvidas sobre o stress se adensam. Faço 12 horas/dia de PC.
    Abraços

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  2. http://www.blogger.com/profile/18365468956488759820
    Bom Natal

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