Ciclicamente tem-se falado na desvirtualidade do sistema de saúde nas urgências hospitalares, nomeadamente quando vem a público o relato de algum caso real, mas que com o agrément de alguma comunicação social, pela continuidade, levantam exagerada celeuma, de acusações múltiplas, perseguição linguística aos profissionais de saúde, indiscriminação indesculpável, quando o problema se relaciona com o problema de organização, nomeadamente os circuitos internos e externos entre os vários serviços de saúde e não com a qualidade individual e colectiva dos mesmos.
As notícias iniciam-se normalmente
com o objetivo de uma investida aos profissionais de saúde, normalmente médicos
e enfermeiros, como tem sido o caso tão propagado nos últimos dias, fazendo
esquecer ou fazendo por esquecer o verdadeiro cerne das questões que ao
longo das dezenas de anos têm permitido o aparecimento de situações graves, com
mortalidade negligente ou morbilidade por erro, que de certeza nenhum médico ou enfermeiro desejará
que deva acontecer.
Mas mais uma vez, tal como o
Governo anterior conseguiu desde 2011 dividir o povo português aplicando, com
sucesso, uma “guerrilha” entre trabalhadores privados e funcionários públicos, aproveitam
ainda o seu anterior poderio para impor nalguma comunicação social (felizmente
poucos), manchetes e artigos sequenciais, duvidosos e escusos, abusivos e indiscriminatórios.
Mas mais grave é o facto de se
querer originar atualmente uma Guerra
entre Médicos e Enfermeiros, verdadeiros
suportes na resposta à doença, que infelizmente já começa a dar algum efeito,
entre ambas as áreas profissionais, nos trocadilhos que vão aparecendo
nomeadamente nas redes sociais mas que nenhuma das quais merece.
O mediatismo que a classe politica sempre
estabeleceu para si própria, desde o 25 de Abril de 1974, não deixa de ser
alheia a confusão e mal-estar que se vai verificando ciclicamente, cuja
fuga se transmite no ataque aos mais frágeis para dar a imagem que tudo
tentaram fazer mas uns “tipos que por aí andam a tentar boicotar…”, na minha óptica o que
é imboicotável, por indiferença social, desconhecimento do que é ser colectivo,
farsa ilusória, passividade apática e por incompetência de alguma classe
politica reinante.
O Povo
Português não tem culpa;
Nenhum doente recorre a um serviço de
urgência sem justificação, indo ao mesmo, por necessidade de querer resolver um
sintoma, ou um problema clínico, que por mais pequeno que seja, de certeza que
lhe é incomodativo, senão aí não recorreria, estando a perder o seu tempo se
não estivesse doente.
Fala-se de organização dos
serviços de urgência hospitalares há dezenas de anos; fazem-se seminários com
presença de várias entidades como sejam também a Ordem dos Médicos, como em
Setembro do corrente ano sobre constrangimentos e oportunidades dos serviços de
saúde com individualidades mediáticas da praça pública, seminários esses que se
vão repetindo a cada ano como se de uma Bíblia ou Antigo Testamento se tratasse, porque as sapiências eruditas ficam no esquecimento não passando do
culto académico para o mundo prático.
Talvez em vez dos melodramas,
seja tempo de definitivamente se definirem as prioridades em termos dos
serviços de urgência, seja no sentido organizacional, nas necessidades gerais, na
articulação entre as diversas identidades seja intra ou extra-hospitalar, na
forma de contactar, comunicar e transportar, ultrapassando as fragilidades e os
constrangimentos, com o bom senso e o juízo racional que ainda acredito que
possa haver neste país.
Amanhã pode ser um de nós que
necessitemos de uma resposta célere, qualitativa e multidisciplinar, para continuarmos
a viver sem ou com a mínima morbilidade.
Posso ser eu ou você; então
lutemos todos por isso com a convicção, o nexo, a responsabilidade e a certeza das coisas serem definitivamente bem feitas.
Para que 2016 seja um Ano Bom. Ab. AA
ResponderEliminarObrigado também Um Bom Ano de 2106.
EliminarAbraço