Aquele era o dia que eu previa, pelos sonhos nocturnos, que me iria
ressentir de algo que não sabia o quê. Talvez dia aziago, diferente do
habitual, pensamentos decadentes, as lágrimas eram nulas e vãs, mas a vontade
era preenchida por aquilo que eu considerava como enferma, para algo que a
minha mente antecipou, mas cujo propósito final continuava a ser um desígnio
ainda obscuro e apagado, não o conseguia aclarar.
O mundo é uno, as surpresas das atitudes são por vezes um pasmo se não
assombros da própria natureza humana, porque se vivemos num mundo real em que
tudo o que nos rodeia é autentico, então o que nos poderá acalentar e
tranquilizar por aquilo que sabemos sentir, mas não conseguimos fazer a leitura
correcta porque a língua é indivisível e muitas vezes indissolúvel.
O mundo engana-nos, mas nós também nos enganamos, ou porque estamos
distraídos e não esperamos, ou porque não sabemos que a vida é futura e não
passada. A vida não é una, desorienta-nos, faz-nos esquecer, somos ser
andantes, por aí andamos, como que esquecidos, engalanamos e adornamos aquilo
que nos parece real, mas se calhar é mentira, mentimo-nos a nós próprios.
As perguntas são desfechos que nos entrelaçam, muitas vezes, por
inesperadas e injustas nos mantém mudos e credos, os anos passam, o ambiente
envolvente bole o cérebro à sua própria maneira de pensar ou de “dar jeito”,
sim, é tempo de acreditar naquilo que não nos afiança a pureza das palavras, sejam
vãs, vazias ou mesmo ocas. É esse o potencial de acção que as conexões sinápticas
querem permitir aos axónios para que a sua desenvoltura as possa sentir,
aceitar, desenvolver, ampliar e “espigar”.
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