Será a vida um enredo, que nos faz focalizar e evidenciar o espectro de um antagonismo que muito nos deveria dizer,
mas que nos confunde como se olhássemos para um infinito colorido de azul, mas
cuja visão nos faz desfocar e ver uma cor desarmónica, ou estaremos na
realidade perdidos numa teia de poder labiríntico cuja cor é mesmo real, mas
que o poder no mundo consegue afastar a ilusão protagonista da realidade encapotada?
Isto a propósito das noticias diárias que a comunicação social vai
ditando, nomeadamente nas capas dos desvios “normais” de milhões de euros,
noticias tão frequentes, que da sua normalidade só podemos estranhar se no
mundo, de repente se pressentir o silêncio e o peso da entranha que nos dá os
sentimentos para acreditar que não estamos perante qualquer verdade, mas sim
precisamente num enredo ficcional.
Coube a vez da Caixa Geral de
Depósitos apresentar os prejuízos, sendo o valor mais elevado da história
do Banco, como se a nossa memória recente e não só, tivesse sido omitida,
porque o acaso nem sempre é uno, tal como a nossa capacidade de memorização pode
ser indissolúvel a esse ponto.
Ou o caso da Cáritas, instituição
criada pela Igreja para ajudar os pobres da diocese de Lisboa, que ostenta
depósitos bancários desde há anos, de milhões de euros e que vem justificar
essa almofada financeira com a necessidade de acautelar o agravamento da crise económica
e social.
Sem dúvida que este enredo provoca uma narrativa sem ética, nem
valores, nem princípios que se devam adequar ao que deveria ser na realidade o
mundo privado e livre da hipocrisia e falsidade, pois que tudo serve para
inventar a inexistência do caminho normal de onde se deva sair com postura de
quem luta pela vida, seguindo os preceitos da dimensão educacional que permita
uma competição distinta do logro e do embuste.
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