Foto João Gabriel |
No
seu primor, orientam-nos irrealisticamente para uma ilusão de um facto que pensando
ter sido atingido esse “clímax”, auge e apogeu do endeusamento humano, ninguém os
pretende alterar, nem modificar, nem intervir, muito menos aprimorar ou
retocar. Aí começa a perturbação real da “desalma”!
O
Ser, julgado por si próprio Perfeito,
julgando-se irrepreensível, não admite diferenças por excesso ou por defeito,
seja qual seja o fim em si mesmo.
Lutará
ainda hoje a humanidade pela Perfeição
absoluta?
O
homem Perfeito a existir será um
omnipotente, todo-poderoso por isso mesmo, apenas podendo ser admirado à
distância, até porque a Perfeição acaba
por ser uma Imperfeição, por isso
mesmo uma obsessão; Hitler existiu na sua perfeita Imperfeição, julgando-se o mais perfeito do mundo!
Vejam-se
as guerras por algo inatingível, as lutas pela supremacia política, os
conflitos para demarcação territorial ou as discórdias pelo interesse
económico.
Aí
começa a incompreensão do mundo, provocado pelo desentendimento humano, por
vezes devido à idiotice ou à imbecilidade daquilo que não é facilmente explicável,
nas leis da sociedade, porque a Perfeição
pode não se conseguir explicar nas regas da boa moral.
A
Perfeição sendo estática (a beleza)
…Existe só para ser admirada!
Mas
se existe, deve ter a sua própria função: Fazer com que cada um de nós conheça
a sua Imperfeição, os seus erros, os lapsos
desnecessários, equívocos inúteis, indefinições escusadas ou a ambiguidade
supérflua.
Mas a Imperfeição será o caminho aberto para a
utopia? Será que o Perfeito tem de ser desumano, porque o ser humano é um ser Imperfeito?
Então se tudo na realidade deve ser Imperfeito, então o Amor entre os humanos talvez seja razão única da
Perfeição dentro da Imperfeição de um mundo enganado, contra
si mesmo.
A Imperfeição é
então Arte, desde que com ela saibamos conviver.
Mas se não achamos o mundo Perfeito é porque a Imperfeição
está intrínseca em nós próprios como ser humanos que somos.
Por tudo isto, só chegaremos um dia a ser Perfeitos quando definitivamente
reconhecermos a nossa permanente Imperfeição.
Até porque, até hoje, é a Natureza
a que mais próxima se encontra da Perfeição, porque é ela que mais consegue
suportar a Imperfeição humana.
Por mais inacabada que seja, essa “Quase” Perfeição pode acabar sem passar pela
etapa da Imperfeição; vejam-se por exemplo as destruições dos Templos
Históricos que a Fénix Islâmica tem efetuado, tentando reconfigurar na Perfeição e no Belo o impossível, não
destruindo, mas simplesmente passando a imaterial (pó) aquilo que deixou de ser
material (monumentos…)
Apenas o Amor pode ser Perfeito…E
só de vez em quando…!
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