segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ser Funcionário Público é Crime?

Ser-se médico, enfermeiro, professor, administrativo, técnico ou outra área profissional numa instituição pública ou empresarial do Estado é, ao contrário do pensamento em voga, similar ao sacrifício de muitos outros portugueses que trabalham em funções privadas.

No entanto, hoje em dia, em resposta à pergunta de qual o exercício profissional, deixou de ser estimulante afirmar ser-se funcionário público. Em causa encontra-se nomeadamente o estereótipo do ser inútil, que apenas cumpre horário, divagando pelo tempo e inventando a melhor maneira de o passar, conseguindo as promoções, fáceis, por antiguidade, sem concursos desprovidos de significado qualitativo.

É sem dúvida uma herança do estado novo como representação ideológica e simbólica do antigamente. No entanto são estes “servidores do estado” que desde 1974, contas feitas entre aumentos salariais e inflação viram os seus ordenados aumentarem … menos de 0%, confirmo por extenso menos de zero por cento!!!

Nem tudo está bem nem poderia estar; passaram no entanto cerca de 37 anos que se deu a revolução dos cravos, que temos assistido a um país que de demasiado politizado, se tem esquecido que a falta de aumento da produtividade, de aumento da despesa, da diminuição da receita e das exportações entre outras variáveis económicas, não são culpabilização única do que se denomina público, porque se verifica um forte componente privado, o que na minha óptica não permite aos mesmos a depreciação, nem o estereótipo da imagem clássica do funcionário redundante.

Há que reabilitar a imagem e aproximá-la da realidade; em geral concorda-se com o ditado que dita “em todas as profissões há de tudo”; também nas empresas públicas existem muitos profissionais que dão tudo o que podem ao país muitas vezes fora do seu horário normal de trabalho, têm orgulho no seu desempenho, são responsáveis por acções e atitudes de solidariedade social e ajudam e colaboram com a sociedade em geral.

O desmerecimento de perda de qualidade de vida com os injustos cortes salariais no ano de 2011 agravados com o orçamento para 2012, o facto de serem considerados peões de uma máquina indiferente, malévola e desavinda permite-me afirmar que é altura de se fazer a reabilitação dessa falsa imagem e perceber qual a melhor maneira de dizer…Basta!

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