Estacionámos o carro em segunda
fila, ficando eu no lugar de pendura a guardar o mesmo, nomeadamente pela
possibilidade de ter de justificar algo a uma eventual equipa policial que na
altura aparecesse a pedir justificações da formal ilegalidade.
Era uma situação de urgência e
por isso assim decidimos;
À minha frente, apercebo-me de um
carro de matricula portuguesa, de coloração antiga esbranquiçada, significando ser um
carro ainda anterior a este século. Observando com mais evidência, verifico a
existência de uma garagem, transformada em oficina, dimensionalmente pequena,
mas funcionando para alinhos e arranjos de problemas menores de avarias dos
automóveis.
E fiquei concentrado, à espera do
que iria acontecer;
Um problema nas escovas dos limpa
para-brisas; observei o que se iria passar, e apercebi-me do mau
funcionamento das mesmas; aparece uma pessoa do seu interior: Dono? Empregado?
O mesmo tenta percepcionar se o problema será um dano ou o desgaste da mesma e
até que ponto a força da crise associado à necessidade das pessoas pouparem
dinheiro o faria seguir na decisão de arranjar ou trocar, ou inventar,
protótipo da inovação dos portugueses que posteriormente acabam por desinvestir,
vendendo o que há de bom ao estrangeiro, vejam-se tantos exemplos por aí
disseminados…
Continuei atento;
Um verão, o outono primaveril e
de repente a chuva; o estado da borracha das escovas dos limpa para-brisas,
ainda por cima subsequente à exposição após um fervoroso verão.
A facilidade de tirar os mesmos
com se de um puzzle se tratasse sem máquinas electrónicas de ultima geração, a
que ficámos habituados a verificar nas oficinas correspondentes às marcas de
automóveis.
O meu tempo de ilegal
estacionamento estava a esgotar-se, porque sabemos a nossa paciência ou
impaciência de olharmos para todos os lados numa situação que é ilegítima, de
estacionamento por mais legal que consideremos poder estar…
Se o problema seria o da
elasticidade da borracha, ou da perda da propriedade da borracha ou da
necessidade ou não de mudar as mesmas, só esse “Curandeiro de Automóveis” poderá dar a sua última palavra, que
como benzedeiro tentamos acreditar.
Ou seja, na sua diversidade
espiritual,
Piscando de lado o olho ao
conhecimento científico, que mais de electrónico
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