quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Os Meus Rascunhos - Os Curandeiros de Automóveis


Estacionámos o carro em segunda fila, ficando eu no lugar de pendura a guardar o mesmo, nomeadamente pela possibilidade de ter de justificar algo a uma eventual equipa policial que na altura aparecesse a pedir justificações da formal ilegalidade.

Era uma situação de urgência e por isso assim decidimos;

À minha frente, apercebo-me de um carro de matricula portuguesa, de coloração antiga esbranquiçada, significando ser um carro ainda anterior a este século. Observando com mais evidência, verifico a existência de uma garagem, transformada em oficina, dimensionalmente pequena, mas funcionando para alinhos e arranjos de problemas menores de avarias dos automóveis.

E fiquei concentrado, à espera do que iria acontecer;

Um problema nas escovas dos limpa para-brisas; observei o que se iria passar, e apercebi-me do mau funcionamento das mesmas; aparece uma pessoa do seu interior: Dono? Empregado? O mesmo tenta percepcionar se o problema será um dano ou o desgaste da mesma e até que ponto a força da crise associado à necessidade das pessoas pouparem dinheiro o faria seguir na decisão de arranjar ou trocar, ou inventar, protótipo da inovação dos portugueses que posteriormente acabam por desinvestir, vendendo o que há de bom ao estrangeiro, vejam-se tantos exemplos por aí disseminados…

Continuei atento;

Um verão, o outono primaveril e de repente a chuva; o estado da borracha das escovas dos limpa para-brisas, ainda por cima subsequente à exposição após um fervoroso verão.

A facilidade de tirar os mesmos com se de um puzzle se tratasse sem máquinas electrónicas de ultima geração, a que ficámos habituados a verificar nas oficinas correspondentes às marcas de automóveis.

O meu tempo de ilegal estacionamento estava a esgotar-se, porque sabemos a nossa paciência ou impaciência de olharmos para todos os lados numa situação que é ilegítima, de estacionamento por mais legal que consideremos poder estar…

Se o problema seria o da elasticidade da borracha, ou da perda da propriedade da borracha ou da necessidade ou não de mudar as mesmas, só esse “Curandeiro de Automóveis” poderá dar a sua última palavra, que como benzedeiro tentamos acreditar.

Ou seja, na sua diversidade espiritual,


Piscando de lado o olho ao conhecimento científico, que mais de electrónico
 tenha, pode nada valer, pelo seu dimensionamento, pese a não instrução, quando comparado com o conhecimento e sapiência “indígena” de quem consegue resolver pequenos “grandes” problemas, na gíria popular dar fé, mesmo que à posteriori a festa saia demasiado cara!

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