São 646 páginas em que se mergulha
numa literatura “dócil, esplendorosa, calorosa e perfumada”, na caracterização
do protagonista do romance que com uma preguiça permanente, consegue transformar a mesma num sonho duradoiro, desejos que se transformam em felicidade.
Uma surpresa este livro. Afinal a
preguiça não é só a vontade de nada fazer. Pode ser um protesto contra a própria
vida, uma outra maneira de satisfazer o próprio ego, num respeito cego com tudo
o que o rodeia, numa vida em que o ressentimento não existe, sem a inveja, tão declarada
e espalhada na Rússia da época.
O preguiçoso e o amigo, metáfora da
época, entre a generosidade e altruísmo de um lado e a ambição de uma vida
lutadora com objetivos delineados do outro lado.
Se fosse hoje tudo seria reduzido à
depressão e à “louca” necessidade de medicação, entre outros medicamentos
contar-se-iam os antidepressivos.
Uma grande obra literária, que
recomendo.
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