terça-feira, 20 de agosto de 2019

Reflexões de Médico - O Médico "Desfardado"


Resultado de imagem para o médico desfardadoA propósito de uma memória descritiva relativamente ao facto de um médico ter sido impedido de entrar num determinado serviço de urgência como acompanhante de um familiar e que terá levantado alguma celeuma nos meios sociais ligados aos próprios médicos.


Há algumas décadas um médico que se apresentasse nas condições atrás descritas, seria impensável e inconcebível ser impedido de entrar num serviço hospitalar que respeita ao exercício das suas funções direta ou indiretamente, nomeadamente por um segurança, ou administrativo ou enfermeiro.

Pelo contrário;

A deferência era sem dúvida diferente, havendo respeito mútuo, levando a própria cortesia ao ponto do médico ser acompanhado e apresentado ao colega escalado, convidando este próprio à sua integração na equipa presente para avaliar o doente familiar.

A troca de impressão clínicas;

A discussão de outros assuntos relacionados com a profissão, técnicos ou não, a desumanidade nos espaços impróprios pela sua dimensão ou instalação e como resolvê-los ou remediá-los, já o próprio Fernando Namora foi bem descritivo nesse sentido.

Um decoro de responsabilidade e apreço pelo próprio médico como ser e como profissional numa sociedade em que o mesmo era respeitado de maneira diferente da atual, sem dúvida com alguns privilégios que poderiam ser algo exagerados, mas com uma presença na sociedade demonstrativo da sua importância na cura, recuperação ou minimização das dores ou sofrimentos mentais ou físicos difundidos na sociedade em geral, tal como também na sua posição, integrante da sociedade social e politica, com peso consultivo e muitas vezes decisivo.

Houve sem dúvida uma evolução da individualidade, que amenizou ao longo dos anos a supremacia reconhecida aos médicos, individualidade essa que não é alheia a própria classe médica, dividida entre si no que é ser médico integrante no contexto intrapar, com o devido respeito entre os próprios nas suas várias gerações e entre uns e outros e finalmente como reagir à sua própria integração na sociedade atual!

Tudo pode estar relacionado com cansaço na evolução (ou involução) das políticas de saúde, tal como o médico dever ser para a sociedade “um objeto” que só servirá, segundo aqueles, para manter equilibrados os orçamentos das políticas inadequadas ou combater os contratos programas desajustados ou desapropriados, ou na altura da necessidade de terem de recorrer aos cuidados de saúde, entregando-se temporariamente na mão dos médicos.

Não se unam que não vale a pena!


E é pena que assim seja e assim estejamos… 

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